Como cães e gatos podem ajudar no desenvolvimento de crianças neste período de confinamento

Ter um animal de estimação é o desejo de 9 em cada 10 crianças. Aqueles que as crianças conhecem muito bem e muitas vezes acabam duvidando de trazer ou não um animal de estimação para dentro de casa. Para aqueles que estão dispostos a cuidar de um animal com carinho e atenção, a companhia de um animal de estimação é muito saudável e benéfica. Essa coexistência pode oferecer muito ganho para crianças, principalmente nessa fase que estamos passando.

 Benefícios da companhia de cães e gatos para crianças.

O período da infância é crucial para o desenvolvimento psicológico e social de uma pessoa. É nesta fase que aprendemos os fundamentos da vida em sociedade, que desenvolvemos nosso caráter, os limites dos direitos e deveres, a hierarquia, entre outros traços muito importantes para a vida adulta.

- Responsabilidade: o senso de responsabilidade é extremamente incentivado em crianças que convivem com animais de estimação, porque aprendem desde cedo que um animal precisa de alimentação, banho, passeio, atenção, etc. Isso induz as crianças em questões relacionadas à compaixão, empatia e lealdade, ensino que respeitem os outros e, acima de tudo, que a vida é responsabilidade deles.

- Lidar com frustrações e perdas:  Durante a infância somos confrontados pela primeira vez com frustrações e perdas, pois o animal de estimação pode ficar doente ou morrer durante esse período.

- Saúde:  Animais de estimação trazem bem-estar tangível para quem mora com eles, e muitos estudos demonstraram isso. Um deles, realizado nos EUA, examinou os efeitos da presença de um cão em famílias com crianças em idade pré-escolar e encontrou diminuição da pressão arterial, frequência cardíaca e estresse comportamental, quando comparado a crianças sem companhia de animais.

Outros estudos indicam benefícios do contato com cães ao sistema imunológico de bebês, expostos aos cães, foram comparados a outros bebês que não foram expostos, e verificou-se que substâncias anti-inflamatórias e imunossupressoras que interferem na regulação do sistema imunológico e alergias aumentam significativamente em bebês de um ano de idade, quando expostos aos animais. Isso indicou que esses bebês têm menos chances de desenvolver alergias e dermatites.

- Atividade física: Ter um animal de estimação pode reduzir as chances de uma criança ficar sedentária. A interação pet + humano estimula a prática de exercícios físicos através de caminhadas e jogos que crianças adoram e que neste momento são imprescindíveis.

Estipulando regras e cuidados de um animal de estimação

Conforme explicado acima no item 'Responsabilidade', com a presença de um animal em casa, as crianças têm a oportunidade de aprender desde o início que existem regras de respeito pelos outros. Um desafio para os pais é impor limites à criança, e um gato ou cachorro ajuda nisso porque a criança logo entenderá respeitar o espaço do animal (é claro que isso também depende da ajuda dos tutores ao ensinar esse limite). Regras como higiene, saúde, organização e educação são muito fáceis de entender quando a criança mora com um pet.

Terapia assistida por animais

Visa melhorar a qualidade de vida de pessoas com algum tipo de defici
ência, dificuldade sociais ou motoras, por meio da interação com animais de estimação. Existem enormes benefícios que essas terapias trazem para as pessoas e, para crianças, isso não é diferente.

No caso de crianças que se recuperam de lesão cerebral com dificuldades de locomoção, a terapia é interagir fisicamente com o animal, acariciando, escovando ou alimentando-o, por exemplo.

Juntamente com um terapeuta, a criança treina todos esses movimentos de maneira natural e agradável, muito mais divertida e menos chata do que uma sessão de fisioterapia tradicional, contribuindo muito para alcançar os objetivos do tratamento.

Cuidados necessários na companhia de animais e crianças

Muitas pessoas ainda têm medo de levar o animal para casa quando se tem um bebê ou uma criança na família. O medo é que, caso o cãozinho morda ou arranhe a criança, ele possa transmitir alguma doença. Sabemos que, seguindo algumas recomendações básicas, você pode reduzir bastante as chances de algo desse tipo acontecer:

- Nunca deixe seus filhos pequenos, de até 7 anos de idade sozinho com o animal. Algumas brincadeiras infantis, como puxar a cauda ou montar por cima, podem ser consideradas uma agressão por parte do animal, que tentará se defender. Longe de sua supervisão, tanto a criança quanto o animal podem ficar mais 'brincalhões' e acabar ultrapassando os limites.

- Ensine as crianças a respeitar e cuidar dos animais. Este é um bom momento para explicar que o animal também sente dor e medo, e que devemos respeitar seu espaço na casa, não mexendo na comida quando ele estiver comendo, não forçar brincadeiras, não assustá-los, etc.

- Verifique se o seu animal de estimação é manso o suficiente para conviver ao lado de crianças. Mesmo com as recomendações acima, é necessário verificar se o cão ou gato que você possui é capaz de tolerar a proximidade com crianças. Alguns animais com personalidade mais forte devem ser analisados com cautela. Se você observar algum comportamento agressivo, converse com seu médico veterinário de confiança, de preferência com especialização em Etologia. Enquanto você não tiver certeza, mantenha o animal com acesso restrito às áreas onde as crianças brincam.

- Mantenha seu animal de estimação saudável, vacinado, vermifugado, livres de parasitas externos e limpo. Esta é uma recomendação simples, basta visitar regularmente o médico veterinário e seguir rigorosamente suas instruções.

 

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